domingo, 19 de agosto de 2012

A poesia de Lara Amaral


Foi assim quando conheci a poesia de Lara Amaral: instantaneamente tocado.


(René Magritte. L'empire des Lumières, 1954)


Modo: tangente

Estou para a madrugada como ninguém está para mim.

Sentada, no modo: ‘espera’
colho vãos de sono, reivindico milagres
mas não creio

nos que vivem um sentimento
e não sabem: não é possível

projeções, são

até que queima a luz
do projetor dos olhos

o painel na parede mostra
um ser desconhecido
a te gravar:

o escolhido

rebobina pecados e te atira
em várias pedras
dor
      mentes

ele não está mais para você
como estavam antes
um para o outro

no modo: ‘vida flutuante’

não como a madrugada está para mim
triste, enferma
nunca me enganou

será para sempre assim

(Lara Amaral – 28/07/2012. http://laramaral-teatrodavida.blogspot.com.br)

7 comentários:

  1. Agradeço mais uma vez o convite, Vagner, uma honra estar aqui neste blog de escritores maravilhosos, também foi instantaneamente que gostei daqui.

    Beijos.

    ResponderExcluir
  2. A essência da poesia da Larinha é algo extraordinário.
    Madrugada, solidão, relações desgastadas, ternura e acidez.

    Parbéns pela escolha.

    ResponderExcluir
  3. Lindo poema, Lara! Pura elegância em versos fortes! Seja bem-vinda!

    ResponderExcluir
  4. A Larinha é cativante mesmo, moça de acender palavras.


    ResponderExcluir
  5. feliz escolha, Vagner. belo poema, Lara.
    beijo num e noutra.

    ResponderExcluir