quinta-feira, 18 de junho de 2015

Águas dessa mulher

Klaus Mitteldorf

Por cima, sou seu pai
o que provê semente e irriga o solo:
minhas águas para o sustento
de suas terras férteis

De lado, somos iguais em bichos:
peles e partes misturadas
na desmedida de nossas águas

Por baixo, sou o filho expulso
mas clamado por sua outra boca muda
Sou filho a perceber o peso de seu domínio
Sou sua cria, plantado que estou
sob a chuva que em mim escorre.

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