"Dentro de mim mora um anjo" (Cacaso)
Um princípio. Eterno, universal, revelado em muitas línguas. Cada uma de suas incorporações mais intensa (o politeísmo do coração). Mas havia uma força maior e secreta, o raio dominante entre as potestades gêmeas. Na confluência quase impossível dos astros, essa luz se fez carne e se apresentou a ele, o Escolhido. Veio com o Nunca e se chamava Silêncio. Sedução e perfume parando o tempo. Antes de retornar à eternidade, avisou-lhe que parte dela, Luz, viveria em seu fígado enquanto houvesse ar. Um tão grande mistério que ele mesmo não compreenderia até o último de seus dias. O castigo tem asas brancas. Em sonho, diz-se anjo. Em matéria, discretamente abre cicatrizes nas entranhas, leva sal aos olhos.
Alberto Bresciani
imagem de last poems
ah, essas criaturas aladas que insistem em nos tomar como morada. lindo, Alberto!
ResponderExcluir"O castigo tem asas brancas". e um perfume irresistível.
Obrigado, Mariza talentosíssima!
ExcluirParabéns aos três. Adorei o espaço de vocês.
ResponderExcluirA poesia é linda Dr. Alberto.
Um abraço,
Amanda Torres
Muito bonito, Alberto. Síntese e essência que encantam e convidam a uma próxima leitura. Quem sabe algum significado oculto na confluência quase impossível dos astros ou,então, alguma nuance diferente de luz que veio com o Nunca, mas não era só silêncio. Quem sabe? Parabéns, amigo: cada vez melhor.
ExcluirAmanda! Fico muito feliz com a sua visita!
ExcluirBasilina, poetíssima, tudo é possível. Em literatura, "ao infinito e além", não é Vagner? Obrigado!
ExcluirAlberto, adorei o blog. A imagem de politeísmo do coração foi primorosa
ResponderExcluirBjs Zuzu
Zuzu, que boa visita! Volte sempre!
ExcluirTambém em mim essa mitologia do assombro imprime sal aos olhos. Poemas assim me dão asas. Bela a língua mítica do poeta. Parabéns.
ResponderExcluirNós sabemos desse sal, não Amneres? Obrigado!
ResponderExcluirEspíritos assim que nos levam enquanto alma! Parabéns amigo!
ResponderExcluirObrigado pela visita, Regilene! Um abraço!
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