CURVA
Mesmo quando não havia mais razão, a história ainda se escondia. Era como corda a enforcando. Pouco sobrava quando o nó foi desfeito. A solidão, no entanto, deixou de ser vontade dele, castigo. Era escolha. E era só dela.
EXTRATO
Encontrou, lentamente, conforto, cheiro de chuva passada, uma certa solidez íntima dos sentidos, o gosto bom do que merece ficar. Propriedade era saber não ter nada - além do que apressa o coração e aumenta a temperatura da pele.
O INVISÍVEL
Era capaz de apostar que não seria notado. Mesmo que fosse o único remanescente da multidão.
ALBERTO BRESCIANI
Imagem: Vênus e pássaro, Milton Dacosta, 1960
minis que se ampliam, ampliam e vão dar num mundão a nos provocar inquietudes!abraços meus.
ResponderExcluirNão por acaso as curvas são tortas. Amei!
ResponderExcluir"... o gosto bom do que merece ficar." Simplesmente fantástico!
ResponderExcluirGostei tanto de todos que não consigo escolher um eleito dessa vez. Demais!
ResponderExcluirtrês contos curtos deliciosos. e que dão asas à imaginação, melhor, aos sentidos. adorei, Alberto.
ResponderExcluirLindos! Destaco "Extrato", que me tocou e apressou meu coração.
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