segunda-feira, 27 de maio de 2013

Serenidade

(Kazimir Malevich. White on White, 1918)

Algo de água no ar
uma suspeita Na pele

das coisas a busca de marcas
em contraluz, de sombras
(a face escura da ínfima gota)
a mão pela janela: o que não se vê

Respira-se água o vento
(vivência primeva de peixe)

Chuva-não
vem.

VAGNER MUNIZ

6 comentários:

  1. Como o protocolo não é meu, eu o quebro! Muito bom, Vagner! Saber ser anfíbio, estender a mão ao que não se vê, mas que está. É assim. Sobreviver. Um abraço!

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  2. Sim, Alberto! Essa é a mão do alpinista de serenos. Obrigado! Um abraço!

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  3. muito, muito bonito, Vagner. há nesse poema a força suave do que não se vê. ou de algum sentimento intraduzível. não, intraduzível não é o termo correto. indecifrável, talvez.

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    1. Querida Mariza,
      é dessa força suave que me alimento em Nóstres.
      Obrigado!

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  4. Muito bom! Olhos abertos de poeta encontrando o invisível.

    Beijos,

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    1. Tania,
      obrigado pelo comentário e pela visita! Estamos de olhos e braços abertos.
      Um beijo.

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