quarta-feira, 1 de abril de 2015

CYBER


 
 
 
CYBER

 

 A multiplicação de faces

 em volume tera

 seduz com o contraponto

 que nos faz existir

 

 Sozinho

 salvo o teu rosto

 Quase engasgo

 com o sangue de vermelho

 e mercúrio

 bombeado pelos cabos ópticos

 (o link dispara na pele

 preliminares touch screen)

 

 Te encontro virtual

 no cyber café

 rasgando no ar

 desejos de carne e osso

 

 Sozinho

 

 Nenhuma webcam

 me leva ao teu lugar

 

 Chego em casa

 as plantas estão secas

 Sou um corpo perdido

 wireless hopeless

 

 O calor do note

 não transcende

 O antivírus

 cegou o amor

 

 ALBERTO BRESCIANI

 

Poema originalmente publicado em HIPERCONEXÕES - realidade expandida,  org. Luiz Bras, Editora Patuá, 2014.

 

Imagem-base: Google

 

 

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