(Piet Mondrian. Composition 10, Pier and Ocean,1915)
Nasce de um sopro uma bolha
um nada e se faz
se forma e sobe e voa
e vive e voa
leve
e voa e vive
um momento
o sopro o vento
A pele a película
a tênue fronteira entre o sopro de
dentro e o sopro de fora
a pele envelhece
transparece
a morte iminente
No lento o instante
o meio instante
o menor instante e o menos
e o mínimo
e o ínfimo e o mínimo
e o átimo
O tempo de fora já indo
o tempo de dentro cortado em miúdos
a cada miúdo respira
e cada miúdo respira
resiste
reside
no dentro
por dentro
o dentro
Até
que a pele se rompe
e
o tempo de dentro se espalha pelo tempo de fora
e
a bolha que é pele
espelho
entre o dentro e o fora se espraia
e
a esfera se torna apenas espera
uma
pausa
uma
síncopa
vida que nunca se encerra
Encontro perfeito entre fundo e forma. Tempo, tempo, tempo... és tênue como um toque ou um verso de VM!
ResponderExcluirAlmir! O tempo está do nosso lado!
ExcluirObrigado pelo prestígio!
Gosto disso, do volume e da textura. O ritmo também me comove, refigura-se como quadro, esse quadro semovente de envelhecer. Gostei muito.
ResponderExcluirLirívia
Lirívia,
Excluireu é que gostei muito de seu comentário!
Um abraço!
Pura música, Vagner!
ResponderExcluirAlberto, meu querido poeta, sabe que esse poema tornou-se especial para mim por sua causa?
ExcluirQue bom, Vagner! Costumamos não gostar do que fazemos. Mas este poema é especial mesmo!
Excluirtão bonito, Vagner.
ResponderExcluirMariza, querida amiga, sopre para mim seus bons ventos!
Excluir