TERAPIA
“A faca na mão. O marido de costas. A faca. O homem debruçado. A faca...” (Jairo Vianna Ramos, in “Lágrimas no Assoalho”)
Ele nunca me agradeceu por nada. Nunca foi gentil. Nem quando éramos namorados. "Isso não é coisa de macho", dizia. Eu acreditava: homem é isso. Era boba. Mas as coisas só pioraram. Ele gritava. Faltava me bater como batia nos meninos... É... Batia. Eu, na cozinha. Vivia no tanque, carregando sacola pesada de feira. Nem sabia mais de homem. Ele gritava. Quando engrossou que a comida era coisa de uma burra imprestável como eu, o sangue subiu. Peguei um espeto de churrasco e plantei nas costas dele. Carne mole. O sangue encheu o prato. Não me arrependo não. Viu, Gerilza? Viu, Laurão? Pelo menos aqui na cela eu tenho o carinho de vocês.
DESVIO DE ROTA
Comprou o terreno. Caríssimo. Os filhos crescendo. A casa em construção. Os filhos cresceram. A casa em construção. Os filhos partiram. A casa estava pronta. Segurou a mulher pela mão, vendeu a casa, comprou uma quitinete no Leblon. Todos os dias, caminham pela orla. Ninguém lhes dá a idade que têm.
O MARAJÁ DE BARODA
Que culpa tinha ele se amava todas elas?
ALBERTO BRESCIANI
Imagem por prison sentence
'dorei'.
ResponderExcluire gostei mais ainda do Marajá de Baroda.
'Dorei que 'dorasse, Mariza!
ExcluirDESVIO DE ROTA é ótimo. Adorei.
ResponderExcluirBernadette
Bernadette, é sempre bom receber a sua visita.
ExcluirLerei o "TERAPIA" na aula de Ética Profissional de hoje (24.08.12). Será um grande impacto comparativo.
ResponderExcluirObrigado. Como disse a uma amiga, uma ética atravessada.
ExcluirPUXA, VIDA! Cada vez me surpreendo mais. Muito bom mesmo!
ResponderExcluirSurpreender os surpreendentes é tarefa e tanto,Basilina!
ExcluirEm terapia eu me vi ali, senti como se ali estivesse, deu até medo desse marido.
ResponderExcluirExcelente!
Tenho certeza de que você nunca estará lá, Ludmila!
ExcluirGracioso :) Nunca mesmo! Mas você tem o dom de fazer a gente ir para "todo e qualquer" lugar com suas palavras, querido!
Excluiro Desvio da Rota é muito bom! Mas,realmente precisa ter coragem para praticá-lo ...
ResponderExcluirCá pra nós, se minha comida fosse também questionada praticaria Terapia.
Abraço e parabéns! Cida
Sempre podemos desviar as rotas lentamente, Cida. Creio que você já tem a receita!
ExcluirTerapia está um primor. Na veia, como todo mini, na minha visão, deve ser.
ResponderExcluirParabéns! Clauder Arcanjo.
Obrigado, Clauder! Vindo de quem também entende de minis, fico feliz! Um abraço!
ExcluirParabens
ResponderExcluirObrigado pela visita, Sonia. Volte sempre!
ExcluirMuito bom, como sempre!
ResponderExcluirTânia, não deixe de nos visitar. A casa é sempre sua!
ExcluirÓtimos mesmo, mas Desvio de Rota é o meu preferido, sem dúvidas. Inspirador...
ResponderExcluirAmanda, as rotas não são definitivas. Sempre há a chance.
ExcluirLi e gostei dos três, em especial de O Marajá de Baroda que rivaliza com o impagável e famoso micro conto O Dinossauro (Quando acordou, o dinossauro ainda estava lá), de Augusto Monterroso. Parabéns, caro Alberto, dalila teles veras
ResponderExcluirCaríssima Dalila, a sua visita é muito honrosa! Obrigado. É: marajás são entidades possíveis (rs).
ExcluirÉ claro que, com o meu sangue latino, me identifico com o "Terapia"! Adorei!
ResponderExcluirObrigado pela visita, Sandra!
Excluirah se todos soubessem o bem que faz um desvio de rota! excelente!
ResponderExcluirSalve, meu maxicontista favorito!
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