segunda-feira, 26 de novembro de 2012

O fundo do fim dos amores

(Lucio Fontana. Concetto spaziale, Attesa. 1964)


Outra vez vazio:
ouço o som do oco
o mesmo contorno:
eco (ciclo longo)

De novo o oco sendo fundo
sem figura (desfigurado
fosse o fundo um fundo outro:
fundo fosso fundo falso)

Sem pele figura o fundo osso
anti-rosto fundo fóssil

O fundo:
a mesma tela fosca
a mesma trilha oca.

8 comentários:

  1. Que poema belíssimo Vagner.

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  2. Meu querido Monstro,

    o fim dos fins seria uma bênção. Ou o fim.

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  3. Belo poema, Vagner. Ninguém faz esse malabarismo verbal como você. Conforme o movimento, os sentidos se modificam. Tudo ao som.

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  4. findo o fosso
    (ouço alto)
    o verbo se/lhe
    faz de fato!

    (a poesia só demora, vagner)
    A.D.

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    1. Obrigado pela visita, A.D.! (seus versos grudaram em mim!)

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