Vlad está ali
seus olhos de predador
como os olhos da tia amarga
que me desejava má sorte
Trouxe a caixa de tortura
um container de coisas de fazer morte
lenta ou rapidamente (efeitos especiais
lanças cimitarras splashes de sangue)
Tenho medo de Vlad
mas se ele desafia e desperta fúria
também me inflama ao avesso
: amo tanto quanto odeio
(ele teme o amor
não tem não teve
é feio)
A luta perdura é árdua vai por dias
e a cada manhã Vlad perde o passo
Eu − preso à flor −
arranco-lhe as armas
Tenho garantias e vantagens
o céu azul em Brasília ou Barcelona
os ombros dela a carne o desejo
Juliet seus espíritos e cabelos em fogo
Kali com mil braços
acendendo os sons do corpo
mais do que abraço
aperto de cobra
Vlad não sabe que a cada golpe
reflui em mim
quebrado dos ossos
a linfa salamandra
e ainda ali
renasço
ALBERTO BRESCIANI
Imagem: That Dark Night - My Dissertate - nmethre.wordpress.com
Muito bom! Alberto, você é um craque!
ResponderExcluirbeijo
Parabéns, amigo...
ResponderExcluirAbraços
li umas três vezes e ele foi entrando aqui fluindo como se um dia que lentamente vira noite , como se uma noite que lentamente vira dia. Lindo demais!
ResponderExcluirRenasça sempre, querido poeta! Muito bonito!
ResponderExcluiramei, Alberto. a morte parindo vida. um belo renascimento, afinal.
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