(uma tarde. uma noite. uma manhã)
(...)
e toda a ânsia foi engolida pelas horas e pelo homem.
dentro dele, o amor, com todos os seus fins, justificou a minha espera.
dentro de mim, as previsões de nosso signo desmentiram as incertezas de sempre.
há tempos.
a mandala movimentou-se feito vento e por vinte e uma horas todas as casas escancararam suas portas.
era o mar invadindo o céu com todos os seus propósitos.
era o homem dentro de mim e sua paixão em minha boca estancando o futuro. tão dolorosamente incerto.
por vinte e uma horas flutuei à sua frente. e o homem, de olhos bem abertos, agarrou-se às lembranças que viriam.
era o sol desafiando a lua com todos os seus segredos.
minha nudez em seu colo.
uma flor inteira.
por vinte e uma horas foi tudo o que o homem quis.
e teve de mim.
mariza lourenço
[imagem de asainemuri]
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